sexta-feira, 11 de junho de 2010

I Amsterdã

I Amsterdã
Chegamos em Amsterdã pouco depois das 11 horas da manhã. Outro país, outra cidade, outro idioma (do qual não conheço uma só palavra!) a apenas 3 horas de distância de Paris. Viemos de trem. É impressionante como viajar pela Europa é fácil! A gente pode estar de manhã na França e a tarde na Holanda sem fazer muito esforço.
O grande problema, no entanto, é mais uma vez a bagagem. Não há muito espaço para malas perto das poltronas. Mas existe um compartimento que serve como hall de entrada onde as pessoas deixam seus pertences e vão ocupar os seus lugares. Mas aí entra o problema do brasileiro desconfiado: você teria coragem de deixar a sua bagagem em um lugar sem nenhum tipo de vigilância e ir sentar em um outro? A gente ainda não teve este desprendimento... então, nossa primeira long trip de trem na Europa foi um pouco estressante; Praticamente tivemos que viajar com as malas de rodinha no colo! Ahahaha!
Para ir ao hotel, pegamos o principal meio de transporte de Amsterdã: o street car. Há milhares de linhas espalhadas pelas ruas e até calçadas da cidade. Dentro do veículo você compra com o motorista um ticket que dá direito a uma hora de transporte. Mais tarde descobrimos que podíamos compra um outro tipo que dava direito a 24 horas. E foi o que fizemos.
Nosso hotel em Amsterdã era uma graça! Uma típica casa holandesa: um quarto com pé direito alto, uma mesinha linda bem vintage, cortinas enormes de um verde azulado, um banheiro com louças antigas e adivinhem? Escadas com muitos degraus – mais especificamente 60 lindos degraus para serem subidos junto com as nossas maravilhosas malas de rodinha! Vou dizer uma coisa: além de voltarmos cheias de conhecimento, também vamos ganhar muitos músculos nas pernas e braços – ainda que, mais tarde, alguns bicos de papagaio também possam aparecer.
Nossa primeira parada turística foi na casa de Anne Frank. Essa garota começou a fazer parte do meu imaginário aos 11 anos, quando li seu diário pela primeira vez. Foi, na verdade, um dos primeiros livros que li por minha vontade, sem que a professora de português tivesse pedido. Desde então, histórias de vida como a de Anne, uma garota judia cheia de sonhos que, na altura dos seus 15 anos, foi levada a um campo de concentração onde morreu, me emocionam. Anne e sua família ficaram escondidos dos nazistas durante dois anos em um cômodo do escritório de seu pai em Amsterdã. Em 1944, depois de uma denúncia anônima, a família Frank foi descoberta e enviada para campos de concentração. O único que sobreviveu foi o pai de Anne, Otto Frank, que recebeu o diário da filha e decidiu levar sua história para o mundo.
O sucesso do livro foi tanto que todas as pessoas que liam e, por algum motivo, iam visitar Amsterdã pediam para conhecer a casa que abrigou Anne e a Família durante o tempo em que permaneceram escondidos. Seu pai então decidiu reformar a casa com a ajuda de amigos mantendo intactas muitas das coisas que Anne deixou. Quando entrei no quarto dela me deu um arrepio porque todos os pôsteres de artistas do cinema que ela mantinha grudado nas paredes ainda estavam lá, além de outros objetos que contaram a história da menina.
É tão bacana poder conhecer ao vivo e a cores o cenário que fez parte de um livro que foi importante pra gente! Uma pena essa história ter sido tão triste e cruel! Mas como disse o próprio Otto quando inaugurou o museu: o passado passou e não volta mais, mas o futuro está aí e ainda há tempo para mudar. E nesse futuro não há espaço para preconceitos ou intolerâncias.
Depois de sair da casa de Anne fomos visitar a igreja de Westerkerk. Em uma das passagens de seu diário, Anne dizia que gostava de escutar os sinos desta igreja. Mais um momento de emoção. Especula-se que foi aqui também que o pintor Rembrant foi sepultado. Mas disso ninguém tem certeza.
O passeio de barco pelos canais de Amsterdã também é imperdível! Compramos o ticket em um dos pontos de informações turísticas da cidade, o mesmo que nos vendeu o bilhete 24 horas do street car. O único problema é que as pessoas são muito confusas na hora de dar informações. Pode ser que, mesmo com o bilhete em mãos, você tenha que esperar um barco durante algum tempo, já que muitas empresas alugam a embarcação para passeios exclusivos.
A viagem de um dia e meio terminou com uma visita ao mercado das flores, ao centro da cidade e ao único moinho existente na capital. Infelizmente, os parques vão ficar para uma próxima porque a chuva insistiu em cair durante todo o tempo em que permanecemos na cidade. Mas com certeza haverá uma próxima já que não conheci nem um quarto de tudo aquilo que Amsterdã tem a me oferecer!
Próxima parada: Berlim. Agora, com trem noturno e tudo!

Um comentário:

Fabi disse...

Lé, olha eu de novo!!! Consegui me imaginar em cada lugar desses que vc descreveu. Consigo até sentir a emoção da qual vc falou que passou quando esteve no quarto de Anne Frank. Também li esse livro mais ou menos na mesma época que vc. Lembro que foi um trabalho de escola. Mas não foi um livro que todos leram. Lembro que a professora colocou alguns títulos na lousa e cada aluno escolhia aquele que mais lhe tivesse chamado a atenção. E depois disso ela deu um trabalho sobre o autor do livro. O meu foi justamente uma pesquisa sobre a propria Anne Frank. Fiquei fascinada por ela e pela história dela. E mesmo passados tantos anos dessa minha leitura, ainda consigo me lembrar de tudo como se tivesse lido o livro ontem. Vou continuar lendo os seus textos e comentando, ok. Bjus