domingo, 25 de julho de 2010

Melhores momentos da Europa





Para fechar com chave de ouro os meus textos sobre esta viagem linda - hoje completa 1 mês que voltamos da Europa - as imagens mostram mais do que palavras...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Florença - direto do Brasil




As férias acabaram e, como vocês podem perceber, o meu tempo ficou escasso para atualizar o blog. Já faz quase duas semanas que voltamos da Europa e só hoje consegui entrar para escrever sobre estas três cidades que representaram tão bem a parte mais cristã da viagem.

Chamei Florença, Perugia e Assis de circuito das igrejas porque durante os dias em que estivemos nestas lindas cidades visitamos muitas, mas muitas igrejas mesmo. Lindas, cada uma mais grandiosa que a outra... e todas as vezes que eu entrava em uma sentia uma paz interior muito grande.

Sou católica, mas não costumo muito ir a missas por aqui. Uma amiga me disse que nem o padre MArcelo Rossi teria cumprido um itinerário tão robusto quanto este que fizemos. Foi muito bacana.

Florença, ou Firenze como dizem aqui, é a capital da Toscana e cidade natal de nomes conhecidos como Leonardo da Vinci, Michelangelo, Dante Alighieri, Maquiavel, Galileu Galilei e muito outros. Aliás, o ponto alto da nossa visita a cidade foi exatamente a visita a igreja Santa Croce, onde estão os restos mortais de quase todos estes famosos! Conhecida como "Cemitério dos Gênios", a igreja é enorme e os túmulos não só deles mas também de grande parte da burguesia, inclusive da família Médice, estão espalhados por todo o local. Seu interior é grandioso e há belíssimos trabalhos no teto com obras de Rosselino, Vasari, Taddeo Gaddi e Michelozzo, além dos afrescos de Giotto contando a vida de Sâo Francisco.

Ainda em Florença, visitamos a igreja Santa Maria del Fiore. Aliás, nosso hotel (diga-se de passagem com o elevador mais antigo onde já andei na minha vida!) ficava ao lado deste santuário que é considerado o Duomo de Florença. A construção demorou "só" 575 anos para ser finalizada. Quem paga os 5 euros para visitá-la fica deslumbrado com os vitrais reproduzindo as cenas do juizo final e com o afresco que mostra Dante Alighieri segurando a Divina Comédia tendo ao fundo Floren~ca, o Inferno, o Purgatório e o Paraíso.

Não disse que a Europa é pura história? Você sai zonza de tanta cultura! Parece que todo lugar que eu visitava eu me lembrava das minhas aulas do colegial que eu nunca conseguia gravar!

Logo em frente a Santa Maria del Fiore está o Battistério, uma construção octagonal, com cúpula em forma de pirâmide com três portas de bronze representando passagens bíblicas. O local foi feito para receber a pia batismal onde Dante foi batizado e também o túmulo do Papa João XXIII, que nada tem a ver com o gordinho que comandou as reformas da igreja católica. É no Battistério onde se encontra a famosa porta que Michelangelo considerava digna de ser a porta do Céu que retratavam Adão e Eva.

Espetacular!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Itália: Circuito das Igrejas

Nossa viagem pela Itália continua e estou escrevendo agora direto de Roma, literalmente ao lado do estado maior da igreja católica: o Vaticano.
Na verdade, estamos fazendo o circuito das igrejas desde Florença. Ainda vou escrever um texto só sobre essa cidade linda, berço do Renascimento, mas decidi fazer essa edição extraordinária hoje porque vivemos o ápice da nossa viagem há algumas horas: tivemos uma audiência com o Papa Bento XVI. Sim meus amigos, ficamos cara a cara com a autoridade máxima da igreja católica e ainda recebemos uma benção toda especial junto com pessoas das mais diversas nacionalidades.
Não esperava encontrar o Papa de pertinho. Achava que ele só aparecesse de domingo. Mas não. Chegamos cedinho ao Vaticano e minha mãe entrou na fila para pegar as entradas desta audiência, que acontece todas as quartas, às 10 horas. Foi super simples e, o mais legal, de graça.
Tinha gente de todos os cantos do mundo e, por mais que este Papa não tenha o mesmo carisma que o João Paulo II, deu para ver o quanto as pessoas o tratam como celebridade. Antes dele entrar no salão de conferência, todos gritavam seu nome como se estivessem esperando um astro do rock! E quando ele entrou, foi aquele fuzuê! O mesmo não aconteceu quando ele começou a falar. É impressionante como as pessoas não prestam atenção aos sermões! Parecia que o que todos queriam mesmo era o melhor ângulo da foto.
Mas foi muito legal. Nos sentimos especiais por estarmos aqui. Mais do que isso, nos sentimos abençoadas.
Depois deste encontro inusitado, conhecemos todo o Vaticano: praça de São Pedro, basílica de São Pedro, as tumbas dos papas, a tumba do próprio São Pedro Apóstolo. É tão interessante chegar perto de algo que até outro dia parecia tão distante e irreal pra gente! O mesmo sentimento tivemos dois dias atrás em Assis, cidade onde nasceu e viveu São Francisco de Assis e Santa Clara. Mas essa história merece também um post especial. Já posso adiantar que a emoção rolou solta em Assisi...
Sexta-feira já estaremos voltando para o Brasil. Ainda há muito o que escrever, mas digo de antemão que esta foi, sem dúvida nenhuma, uma viagem de tirar o fôlego em todos os sentidos. Estamos todas felizes e certas de que teremos história para contar para os nossos netos e bisnetos...
Inté!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

E se o Brasil aprender com Veneza?

Impressionante! Em dois dias de Veneza gastei o dobro do que gastava em outras cidades. Metade destes gastos se deve aos seguintes fatos:
- por puro capricho decidimos sentar em uma das mesinhas a céu aberto na Piazza de San Marco, onde músicos simpáticos tocavam Garota de Ipanema, só para “Enjoy the moment”. Eu pedi um drink, minha irmã e minha mãe pediram uma taça de sorvete. Só nessa brincadeira: 50 euros! E não é porque o que pedimos era caro não! É porque simplesmente sentamos no local. Sem comentários!
- Ainda com relação a comida. Se você quiser comprar um sanduíche ou um pedaço de pizza para viagem o preço é um. Mas se o local, mesmo que for uma padaria, tiver uma mesinha com cadeiras e você decidir sentar o preço é outro, mesmo que o garçom não tenha movido uma palha para te ajudar.
- Ainda na Basílica de São Marcos, você paga para cobrir os braços e as pernas, paga para ver o túmulo do santo, paga para subir na torre, paga para conhecer os tesouros... e não pode fotografar e nem filmar. Ah, e ai de você se os guardinhas te pegam no jeitinho brasileiro!
- por último – e o que mais me revoltou, depois do caso “Enjoy the moment” - foi com relação ao banheiro. Se você estiver na praça de São Marcos e der uma dor de barriga ou vontade de fazer xixi você precisa desembolsar 1,50 euros em moedas de 1 e de 0,50! Agora imagine você chegar no banheiro apertada de tudo e não ter essas moedinhas do jeitinho que eles querem? É revoltante ou não é?

Dormindo em uma típica casa de Veneza

Decidimos pagar um pouco mais caro para ficar em um Bed & Breakfast em uma das vielas da cidade. Assim que nosso vaporetto nos deixou no ponto começamos a nos embrenhar pelas ruazinhas de Veneza. Minha primeira impressão, devo confessar, foi a de que estávamos entrando em uma favela ou um cortiço: uns prédios altos, coloridos, com roupas de diversos tipos e tamanhos pendurados a La Bixiga, enfim, exatamente igual aos filmes italianos que já vimos. Tudo muito escuro, quase sem iluminação. Ao chegar no local que escolhemos para nos hospedar, mais uma surpresa: por fora, o aspecto não era dos melhores. Fiquei com um pouquinho de medo, mas ele logo foi deixado de lado quando entramos efetivamente na casa, uma típica residência veneziana estilo medieval ao lado de um enorme canal.
Nosso quarto foi o melhor que pegamos até agora. Localizado no sóton da residência, ele era espaçoso, um banheiro grande com banheira, chuveiro e até uma mesinha de vidro para ajeitarmos as nossas necessaires! Tudo muito arrumadinho, realmente uma graça. Logo esquecemos o cansaço de ter que subir 45 degraus carregando novamente nossas malas de rodinha!
Claro que aproveitamos ao máximo todos os benefícios do nosso cantinho temporário! Cada uma de nós nos deleitamos na banheira com o gel de banho de cereja que compramos na Bath & Body Works (loja que eu amo e não tem no Brasil). Ficamos dois dias em Veneza e pagamos uma diária de 50 euros cada. Foi o hotel mais caro de todos, mas valeu cada centavo. Agora posso voltar ao Brasil e dizer que durante 48 horas me senti veneziana, pelo menos na hora de dormir.

Veneza: a cidade dos sinos

Quando falavam em Veneza para mim, a primeira imagem que vinha a cabeça era a de um casal enamorado passeando pelos canais da cidade dentro de uma gôndola, embalados por um italiano entoando alguma canção de amor. Mas Veneza é realmente mais do que isso. Devo dizer que sim, ela tem aquele encanto romântico que vive em nosso imaginário. Mas quem está solteiro também pode se divertir muito na cidade que tem alguns pubs e muita gente bonita e desempedida.
A paisagem? Acho que não preciso nem comentar, não é mesmo? Veneza é uma pintura de todos os ângulos, até mesmo daqueles mais impensáveis. O som? Com certeza, se me perguntassem qual o som que embala Veneza, eu certamente diria o dos sinos. Não é para menos, a cidade tem cerca de 200 igrejas!
Veneza foi fundada em 400 d. C em uma das lagunas que brotam do mar Adriático. Não tem avenida principal, mas tem o canal principal. A cidade também não tem ônibus, nem metrô, mas sim vaporettos, aquelas balsas a motor que só carregam pessoas. Isso porque suas ruas são quase sempre uma sucessão de canais estreitos ao longo dos quais se erguem palácios góticos, renascentistas, barrocos ou prédios modestos e úmidos. Estes barcos são o principal meio de transporte daqui e funcionam realmente como ônibus, inclusive com pontos nomeados quase sempre com nome de santos.
A principal delas, sem dúvida nenhuma é a Basílica de São Marcos (conhecida como Igreja de Outro), localizada na Piazza de San Marco, onde estão os restos mortais do santo trazido de Alexandria em 828 d.C consumando a independência total de Veneza. Uma curiosidade: diz a lenda que os restos do evangelista vieram escondidos dentro de um barril de carne de porco para escapar da fiscalização dos muçulmanos.
A construção é linda por dentro e por fora, toda feita no estilo bizantino. Para quem não sabe, Veneza foi durante muitos séculos o principal porto entre o oriente e o ocidente e por isso a decoração tem muita influência grega, turca e chinesa. O altar onde está sepultado São Marcos é gótico e tem mais de duas mil pedras preciosas. Mas atenção: para conhecer a parte de dentro da igreja, você deve estar, digamos, decentemente vestido de calça e camiseta, de preferência sem decote algum. Caso contrário, vai ter que desembolsar 1 Euro por um pedaço de pano que servirá de cobertura para pernas e braços. Nem preciso dizer que tive que comprar um né?
A piazza de San Marco é outra atração a parte. Assim que chegamos, demos de cara com alguns pontos alagados, inclusive dentro da própria basílica. Isso acontece por causa da maré: quando ela está alta, a praça toda fica intransitável. Mas quando ela vai baixando, as pessoas começam a circular pelo local e as poças se tornam mais uma diversão, principalmente se estiver um calorão. As pombas também merecem um comentário especial. Elas parecem domesticadas! São tantas que muitas vezes parece que vão te atropelar! Elas foram responsáveis pelo momento mais divertido da nossa estada em Veneza: vieram comer na nossa mão, o que me deu um certo arrepio já que tinha medo que elas, além de comerem, também deixassem rastros.
Já o Mercati di Rialto é o paraíso das compras, principalmente dos souvenirs. Você encontra de tudo e mais um pouco nas ruazinhas que circundam o local. Ele fica próximo a Ponte di Rialto, a mais antiga ponte que liga um lado da ilha ao outro, e onde as pessoas se acotovelam para conseguir o melhor ângulo da foto.
Antes que me perguntem, não andamos de gôndola. Não nos apeteceu pagar 100 euros para dar uma volta no barquinho. Ao invés disso, pegamos o vaporetto e curtimos o pôr do sol de dentro da balsa passeando por todo o canal principal. A gôndola, quem sabe, fica para uma próxima quando estiver em um clima mais romântico e não familiar...

A Verona de Romeu e Julieta

Entramos na etapa final da nossa viagem: a Itália. Nossa última semana reservamos para conhecer um pouco mais das belezas da região de nossos antepassados. E começamos bem.
Chegamos a Verona, cenário de uma das histórias de amor mais aclamadas durante gerações, logo no começo da tarde, loucas para conhecer a famosa casa de Julieta e poder tirar uma fotinho naquela famosa varandinha que ficou conhecida depois que a história de Shakespeare ganhou o mundo.
Verona inspira romantismo. Eu mesma enquanto escrevo este texto estou paquerando um italiano lindo (para os meus padrões, é claro) que está sentado bem ao meu lado no trem com destino a Veneza. Ele está dormindo e tem bem aquela cara de mafioso italiano: barba por fazer, moreno, cabelo cuidadosamente cortado e despenteado, como se tivesse acabado de acordar. Uma pintura...
Mas vamos voltar ao xis deste texto. Confesso que quando desembarcamos na estação de trem, não gostei muito do que vi. Parecia aquelas cidades bem mal tratadas que temos no Brasil. Até tentamos pegar um ônibus para o hotel, coisa que temos feito desde que desembarcamos na Europa para evitar gastar muito dinheiro com o transporte. Mas desta vez não deu. Tivemos que apelar para o táxi já que o hotel ficava um pouco fora de mão.
Foi o tempo de chegar no hotel, colocar uma roupa mais leve e sair para aproveitar a carona da van disponível para os hóspedes até o centro da cidade. Aí sim começou realmente a nossa visita. O centro de Verona é algo muito, mas muito antigo mesmo. As casas de vila italiana se misturam a monumentos da época medieval. A própria Casa de Julieta – que na verdade pertenceu mesmo a família Capuleto – é toda de pedra e ainda guarda resquícios deste tempo tão distante e que ainda fascina as pessoas.
Durante muito tempo achei que Romeu e Julieta existiram de verdade, ou que a história de amor tivesse sido baseada em fatos reais. Descobri há pouco tempo, fazendo as pesquisas para esta viagem, que Shakespeare nunca foi a Verona. Décadas antes dele o escrever, o veronês Luigi da Porto publicou Julieta e Romeu repetindo uma história ouvida de Pellegrino da Verona que a lera em crônicas do século XIV. Shakespeare se baseou exatamente nestas crônicas e foi tão brilhante que fez todos acreditarem que essa história de amor era verdadeira.
Confesso que fiquei um pouco decepcionada. O que vimos na suposta casa de Julieta foram móveis e vestimentas que foram usados em um dos principais filmes que retrataram a história, dirigido por Franco Zefirelli em 1968. Ainda bem que não fomos visitar a túmulo vazio de Julieta construído no porão do Convento dos Capuccinos para homenagear a personagem do romance. Já a casa de Romeu, da família Montecchio, não pode ser visitada porque é propriedade particular.
Mas valeu conhecer. Assim como valeu o passeio pelo centro, pela Arena, pelo mercado antigo e pelos jardins maravilhosos de Giusti, onde se reuniam intelectuais de toda a Arcádia de Verona, como Goethe e Mozart. Os maravilhosos canteiros foram desenhados por Alessandro Vitorio e adornados com estátuas, fontes, mirantes e traçado do labirinto. Quem gosta de cidades antigas precisa dar uma passadinha por Verona. Mas um dia está de bom tamanho, pois tudo o que vale a pena ser visto está relativamente perto.
Estamos quase chegando a Veneza, outra cidade que sempre esteve no roteiro dos apaixonados. Queria ir com esse italiano que está do meu lado. Acho que vou acordá-lo e já volto.
Tchau!

A beleza natural da Suiça

Para quem acha que Europa é só igreja, museu e história antiga tente incluir no seu roteiro a Suíça, mas especificamente a cidadezinha de Interlaken. Eu, particulamente nunca tinha ouvido falar até o momento em que começamos a pesquisar os roteiros da nossa viagem. Escolha feita e acertada.
Inicialmente, nossa idéia era passar somente um dia por aqui e outro em Lucerna. Mas aí, minha irmã sugeriu brilhantemente que cancelássemos Lucerna e ficássemos dois dias curtindo a paisagem de Interlaken que conseguiu nos conquistar ainda no Brasil através da Internet. Foi a melhor decisão que tomamos.
Chegamos à bucólica cidadezinha encravada nos Alpes Suiços na manhã de terça feira com um tempo nem muito frio, nem muito quente. Deu até para colocar um short, coisa até então rara em nossa viagem. Já da janela do trem que nos trouxe de Viena conseguimos enxergar exatamente o que nos esperava: dois dias de puro paraíso. Para se ter uma idéia, assim que acordamos em nossa cabine (porque a viagem foi longa e em um trem noturno) a primeira coisa que fizemos foi levantar a cortina e dar de cara com as montanhas dos Alpes com aquela neve eterna em seu topo!
Para chegar a Interlaken ainda tivemos que pegar dois trens. E as paisagens iam se modificando a cada minuto. Um rio de uma água verde esmeralda, daquelas só vista em cenários de filmes, começou a nos acompanhar. Aos poucos aquelas casinhas lindas que parecem de boneca surgiam no meio das montanhas, o que me fazia pensar em como aquelas pessoas deveriam acordar todos os dias mais felizes só por terem essa vista da janela do quarto. Ou não, vai saber... tem gente que não gosta de tanta paz...
Ao chegar na cidade fomos direto ao hotel. No próprio ônibus que pegamos na estação de trem descobrimos que os hotéis de lá ofereciam aos turistas um Day Pass que dava direito a transporte público de graça durante toda a estadia do hóspede. Comecei a me encantar ainda mais! Durante os dois dias ficamos em dois hotéis diferentes. O primeiro era bem rústico, o banheiro não tinha sequer uma janela! Já o segundo era um rústico mais chique, digno de um hotel construído há mais de 100 anos. Tinha até um Night Club dentro dele! Mas o que realmente valia a pena neste local era a vista: ficava bem em frente a uma dos lagos da cidade, aquele das águas verde esmeralda...
Queríamos aproveitar cada segundo em Interlaken! Nossa idéia era fazermos o passeio a Jungfraupark, onde está localizado o pico mais alto da Europa com 4.158 metros de altitude. Mas descobrimos que para ir até lá precisaríamos desembolsar cada uma cerca de 100 euros. Como o tempo não estava colaborando e insistia em ficar cheio de nuvens, decidimos fazer um passeio mais curto até o povoado de Mürren, onde também teríamos uma vista linda do morro e poderíamos observar o estilo de vida das pessoas que moram lá.
Devo confessar: foi a paisagem mais linda que já vi, pelo menos até agora, em toda minha vida! E olha que já viajei um pouquinho pelo mundo! Fomos surpreendidas não só pela imponência e beleza dos morros que formam os Alpes, mas também pela formosura e colorido das flores que começam a enfeitar os campos do vale. Não dá para descrever no teto que foi tudo aquilo que vimos. Mas vocês verão as fotos, prometo.
Ainda fomos visitar algumas cachoeiras que se formavam graças ao gelo que descia do topo dos Alpes e um castelo medieval autêntico com mobília da época e até armaduras e espadas daquelas dos filmes.
Infelizmente não conseguimos ver o céu azul da primavera Suiça. Ficamos sabendo que uma semana antes o calor estava infernal! Mas valeu a pena mesmo assim. Afinal, como disse minha irmã, se não estivesse frio não seria a Suíça que até então conhecíamos... mas, que as fotos ficariam com outra cara se o sol estivesse brilhando ah ficariam...
Estamos chegando a etapa final da nossa viagem: Itália. Na verdade, escrevo este texto de dentro do trem que está nos levando a Verona, terra de Romeu e Julieta. Estou louca para colocar minha cartinha pedindo um Romeu perto da estátua da Julieta. Quem sabe ela pode dar uma ajudinha pra Santo Antonio?

A Copa do Mundo vista da Europa

Esta é a primeira vez que assisto aos jogos da Copa do Mundo em um outro continente. Desde o dia 11 de junho, quando a Copa da África começou oficialmente, temos visto por todos os países por onde passamos um telão gigante sempre em um ponto turístico importante da cidade. Mas confesso que não é tão empolgante quanto no Brasil! Se a gente opta por assisti ao jogo pela TV, a euforia é menor ainda. Uns narradores chaaatos falando um idioma que a gente não entende... credo, nunca pensei que fosse falar isso, mas até estou sentindo falta do insuportável do Galvão Bueno! Argh!
O primeiro jogo do Brasil aconteceu ontem e assistimos em um telão na cidade de Interlaken. Logo na esquina, antes de chegarmos na praça central onde estava a muvuca, já sabíamos que estávamos no lugar certo: apitos, pandeiro e um pessoal bem animado já sinalizavam que o time a entrar em campo seria o Brasil. É impressionante como os brasileiros sabem farrear! Rsrss
A praça estava lotada! Pessoas de diversas partes do mundo, a maioria torcendo para o Brasil. Apesar da seleção não ter feito uma apresentação digna de brasileiro foi divertido ver a animação dos poucos brasileiros que estavam por aqui. Acho que praticamente só tínhamos nós de turistas, o resto eram todos moradores de Interlaken. Foi uma experiência interessante porque conhecemos a história de vida de alguns brasileiros que estão aqui há tanto tempo e nem pensam em ir embora. Acho que eu também não pensaria se eu tivesse que acordar todos os dias com a vista linda de Interlaken...
O próximo jogo do Brasil será dia 21. Estaremos na Itália neste dia. Acho que a animação será maior. Só espero que o Brasil melhore...

Viena: a cidade de Mozart

Quando era criança estudei piano durante sete anos. Sempre gostei de fazer algum trabalho artístico. Acho que é coisa de pisciano. Mas, enfim, comecei o post falando sobre isso porque foi aqui em Viena que tive uma das mais gratas surpresas da viagem. Visitamos o Palácio de Schönbrunn, o palácio de verão da realeza de Habsburg, onde aos seis anos o menino Mozart tocou pela primeira vez para a rainha Maria Tereza da Austria. Quem já assistiu ao filme Amadeus, que conta a história do músico, deve lembrar da cena em que logo depois de tocar sua sinfonia, ele pula no colo da rainha e lhe dá um beijo no rosto. Pois é, reza a lenda que isso aconteceu de verdade!
A visita a este Palácio foi mais uma aula de história. Virei fã dessa rainha Maria Tereza e da sua filha Sissi. Na verdade, já era fã de outra de suas filhas: Maria Antonieta, que se tornou rainha da França.
Sissi se casou com o imperador Francisco José em um desses casamentos arranjados, mas felizmente acabou amando loucamente seu marido. E a recíproca era verdadeira! O rei também adorava sua esposa! Apesar disso, ela odiava ter que casar as filhas da mesma forma! Ela era uma mulher questionadora para os padrões da época, assim como sua irmã. Além disso, era super vaidosa, tinha um cabelão enorme que passava horas arrumando e era super preocupada com o corpo. Quando visitamos os seus aposentos reais, me chamou atenção uma balança dessas bem antigas na sua sala de banho! Sissi morreu assassinada por um anarquista em 1898 e seu marido morreu de velhice em 1918. A cama onde ele faleceu e uma pintura mostrando o seu último suspiro são algumas das atrações da visita. Mórbido né?
Este “pequeno” palácio de apenas 1.441 quartos (rsrs) abrigava a realeza nas férias de verão. Ele começou a ser construído em 1311. Em 1569, o palácio começou a fazer parte da família Habsburgo e foi assim até 1918 quando a República se instalou na Áustria. Lá, foram realizados vários jantares, festas, casamentos e afins tanto na parte interna quanto nos fabulosos jardins que, durante esta época do ano, ficam cheios de flores (em especial, rosas) e dão um ar todo colorido ao local. Devo dizer que, na minha humilde opinião, este palácio chega a ser mais bonito que o de Versalhes, na França. Aliás, ambos são muito semelhantes!
Foram ao todo umas duas horas de visita ao Palácio. Saímos de lá por volta das 16 horas e fomos a Stephen´s Cathedral. E devo dizer que essa é uma das igrejas mais lindas que eu já entrei. Essa igreja funcionou como centro religioso, cultural e geográfico de Viena durante oito séculos! Seu interior é fenomenal, com vitrais e imagens de santos bem no estilo gótico. Vale muito a pena visitar, mesmo se você não for católico ou já estiver overload de tanta igreja na Europa.
Da igreja direto para o parque de diversões. Foi exatamente isso que fizemos. Não poderíamos sair de Vienna sem dar uma voltinha na mais antiga e maior roda gigante do mundo localizada no Wurstelprater park. Construída em 1897 para celebrar o Jubileu de Ouro do Imperador Francisco José, mantém a mesma estrutura até hoje e ganhou fama internacional em 1949 por conta do clássico filme O Terceiro Homem, quando uma das cabines do brinquedo foi palco de uma discussão entre Orson Welles e Joseph Cotton. Além de ser emocionante ver Viena de uma altura de 65 metros, conseguimos fazer muitas fotos lindas de todos os principais pontos da cidade.
Fechamos o dia tomando um original café vienense no Kunst Haus Wien, um conjuntinho lindo de casas coloridas onde todo ano os artistas mudam a pintura das paredes tornando o bairro uma das atrações mais esperadas da cidade.
Ufa, cansamos! Hoje a noite vamos dormir no trem. Fecharemos o olho em Viena e vamos acordar em um dos lugares mais bonitos do mundo: Suíça. Nossa próxima parada é a região de Interlaken (entre lagos) onde vamos ficar hospedadas em um hotel que foi inaugurado no final de 1800. Haja história pra contar!
Baba! (jeito vienense de dizer “até logo”)

A surpreendente Praga

Chegamos em Praga - ou Praha como chamam por aqui - já passava das dez da noite. Só uma rápida olhada pela janela do metrô que nos levou ao hotel bastou para percebermos que precisaríamos de pelos menos uns dois dias para ver tudo o que tinha para ser visto ali! Mas não tínhamos todo esse tempo...
Por isso, para quem pensa que fomos direto pra cama, ledo engano. Logo que chegamos ao charmoso hotel Salvatore já fomos nos informar com o simpático recepcionista como poderíamos aproveitar as poucas 12 horas em que passaríamos na cidade a partir da manhã seguinte. Estávamos com sorte. Chegamos exatamente em um dia em que acontecia o Night Museum, onde os principais museus da cidade e os mais famosos pontos turísticos – inclusive o antigo palácio real – ficariam abertos até meia noite. É claro que a cama poderia esperar um pouco mais.
Lá fomos nós de ônibus (com o nosso passe 24 horas que nos dava direito a andar nos metrôs e ônibus da cidade por um dia) para conhecer a iluminada Praga durante noite. A cidade estava fervendo! Turistas e moradores se misturavam e lotavam os transportes públicos àquela hora da noite! E como Praga é bonita! Nem mesmo a chuva que despencou assim que saímos do hotel estragou a beleza do lugar.
Fomos direto ao Castelo de Praga que fica ao lado da surpreendente St. Vitus Cathedral. Toda em estilo gótico, a igreja impressiona pelo tamanho e pela arquitetura. Sabe aqueles castelos que a gente constrói na praia com a areia molhada cujos pingos reproduzem as torres? Pois a igreja e o castelo de Praga são a reprodução fiel destes castelos infantis só que de verdade e não correm o risco de desmoronar, já que estão lá há séculos. Na verdade, Praga é uma das poucas cidades que não sofreram bombardeios durante as guerras e por isso conseguiu preservar muitas de suas riquezas!
Ficamos ali, admirando cada pedaço daquelas construções e tirando as mais fantásticas fotos de todos os ângulos. Fomos dormir mais de duas da manhã para acordarmos às sete, já que decidimos fazer um tour de quatro horas com uma agência local para que pudéssemos ver pelo menos os principais pontos sem correr o risco de nos atrasarmos para o próximo destino.
Foi realmente a melhor coisa que fizemos! Saímos às nove horas do hotel em uma van com um guia que falava espanhol e passamos por diversos locais interessantes. Praga é a cidade com mais quantidade de torres e campanários da Europa! São ao todo 460 torres, todas com uma arquitetura que varia do medieval, barroco e gótico. É também uma das cidades com mais igrejas, cerca de 200 no total. São 1.130 m2 de palácios construídos em todos os estilos desde o século XVI.
Depois de visitarmos a pé toda essa beleza real, fizemos um passeio de barco pelo rio Vltava - que cruza a República Tcheca de Norte a Sul se unindo ao Rio Elba. Foi uma sessão de fotos impressionante com as paisagens de Praga vistas de outro ângulo. Neste passeio tivemos a oportunidade de conhecer a ponte Carlos I, construída a pedido do próprio para unir o Palácio aos seus súditos. A ponte é toda de pedra e demorou anos para ser construída! Passamos também pelo bairro judeu para ver algumas das mesquitas da cidade e pela cidade velha, onde o principal ponto turístico é o famoso relógio astronômico de Praga, localizado na Tyn Church. A cada hora cheia, os sinos tocam e os doze apóstolos de Jesus saem com seus rostos para fora da torre da igreja. O lugar fica salpicado de gente só para conferir este cuco diferente!
Foi aqui na cidade velha também que vimos o primeiro telão montado para as pessoas assistirem a Copa do Mundo. Mas até agora, nada comparado ao entusiasmo dos brasileiros – esse um assunto para outro post. Ah, e ia me esquecendo. Foi também em Praga que tive minha primeira e, até agora, única discussão em inglês. Foi com um tcheco estúpido que me vendeu um cachorro quente que custava cinco euros e não queria me voltar o troco, já que tinha dado dez. Gritei com ele em inglês e quase chamei a polícia. Diante dos rostos estarrecidos de seus outros clientes, o infeliz resolveu me dar o troco antes que eu espantasse a clientela. Tá pensando o que? Só porque não falo alemão pensa que pode me engabelar? Comigo não violão!
Para os amantes de cerveja, Praga é o lugar! A principal produção agrícola da região é de cevada e lúpulo! Mas a indústria turística é uma das principais fontes de renda da cidade. Passam por lá cerca de seis milhões de turistas por ano.
Amamos Praga! Além de ser uma cidade linda, foi onde encontramos o metrô mais fácil de entender, o hotel mais charmosinho, o recepcionista mais simpático e disposto a ajudar. Infelizmente não pudemos visitar todos lugares como queríamos: a Catedral de St Vito (aquela que fica do lado do castelo), por exemplo, só abria às 11 horas e a igreja do Menino Jesus de Praga só conseguimos ver de longe... mas, certamente, essa Praga é uma cidade que merece uma outra chance!
Próxima parada: Viena.
Até mais!

domingo, 13 de junho de 2010

Berlim é história pura

Eu me lembro exatamente quando vi a notícia sobre a queda do Muro de Berlim na televisão. Era dezembro de 1989 e eu tinha apenas 14 anos. Confesso que na época não entedia muito bem porque a queda de um muro estava causando tanta comoção! Certamente tinha escutado algo a respeito nas minhas aulas de história, mas não tinha fixado nada. Estava naquela época de estudar só para passar de ano e, por isso, a decoreba rolava solta.
Ficamos em Berlim só um dia e meio (exatamente na abertura da Copa de 2010), mas foi tempo suficiente para perceber algumas coisas: que a cidade, do ponto de vista turístico, ainda respira os resquícios da I e II Guerras Mundiais; que os brasileiros não são muito fãs daqui já que ouvimos o português do Brasil somente duas vezes; e que o idioma alemão é muito difícil, praticamente impossível de entender ou falar alguma coisa!
Mas voltando a questão da guerra. A cidade toda tem monumentos que mostram o passado de luta, sangue e indiferença que a Alemanha e, especialmente Berlim, começou a viver logo depois da II Guerra Mundial, quando a Alemanha foi dividida em duas por intermédio de um muro. Alemanha Ocidental (do lado dos Estados Unidos) e Alemanha Oriental (do lado da União Soviética) viveram, de 1961 a 1989, uma história de horror que só terminou depois de muita morte!
Hoje o Portão de Brademburgo é um dos monumentos mais visitados por turistas do mundo todo. Do muro, só resta uma trilha de tijolos no meio do asfalto que quase passa despercebida se a gente não pergunta exatamente onde é. Fiquei me perguntando quanta gente tinha morrido exatamente naquele local, onde hoje máquinas fotográficas e filmadoras dividem espaço pelo melhor ângulo. Duvido que naquela época todas estas pessoas imaginavam que todo aquele sofrimento fosse virar história. E eu, no alto dos meus 30 e poucos anos, finalmente compreendi porque a destruição deste muro foi tão importante! Nada como ouvir a história contada pela boca de quem realmente a viveu!
Agora, o ponto alto da nossa estada em Berlim certamente foi a visita que fizemos ao Campo de Concentração de Sachsenhausen, próximo a cidade. Já tinha ouvido que esta não seria uma visita fácil. E realmente não foi. Conhecemos literalmente de perto todo o sofrimento que os prisioneiros passaram entre 1943 e 1945 desde o caminho que faziam de trem (descemos na estação de trem que os recebia naquela época) e fomos caminhando a pé até o campo (mais ou menos uns 20 minutos). Enquanto isso, o guia nos explicava que muitos prisioneiros morriam durante esse caminho já que bastava um tropeção para os guardas atirarem. Era um terror físico e psicológico mesmo!
A emoção continuou dentro do campo onde pudemos conhecer a rotina do prisioneiro, onde ele dormia, onde fazia suas necessidades fisiológicas, onde se alimentava (apenas duas refeições por dia – café da manhã e um lavagem líquida no almoço), onde eles eram mortos (campo da execução, horroroso, não vale nem comentários...) Confesso que foi um arrepio atrás do outro! E olha que este era um campo de concentração e não de extermínio, como era o de Awshvitz (que fica na Polônia), por exemplo.
A visita a este tipo de lugar sempre vale a pena para sairmos de lá refletindo que raios se passou pela cabeça dos monstros do nazismo para fazerem tanta maldade. E mais importante: o que ainda passa pela cabeça de muita gente hoje em dia que insiste em ter atitudes racistas, preconceituosas e, de maneira velada ou não, também continuam praticando este tipo horroroso de crime.
A viagem a Berlim está acabando. Mas não posso esquecer de fazer um comentário a respeito do hotel em que ficamos. O Meliá Berlim é excelente! Bem localizado (do lado de uma estação de trem, próximo ao portão, ao centro de compras), com o melhor quarto até agora, bem como o melhor café da manhã. Tá certo que tivemos algumas regalias extras já que minha irmã trabalha na rede Meliá no Brasil! Mas fica a dica para quem quiser vir a Berlim aprender um pouco de história e ver de perto aquilo que os livros contam muito superficialmente.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Recado da Leslie direto de Berlin

Oi pessoal, tudo bem?

Estou neste exato momento em Berlim. A viagem está sendo ótima e já passamos por Paris e Amsterdã. estou escrevendo todos os dias, mas como estou passando por alguns locais sem WI-FI não estou conseguindo atualizar o blog como gostaria.
Abaixo vocês verão os textos que já fiz sobre Paris e Amsterdã. Por hora, só posso dizer que a Europa é tudo e mais um pouco. Hoje, por exemplo, fomos visitar um antigo campo de concentração e tivemos uma aula de história. Mas este é assunto para outro post.

Um beijo a todos!

PS: as fotos também ficarão para quando eu voltar! Só posso dizer que cinco dias de Europa já renderam umas 300... e a viagem não chegou nem a metade!

PS 2: se quiserem repassar o endereço do meu blog, fiquem a vontade ok? Estou adorando esta historia de ter netbook!

A caminho de Berlin

Nosso primeiro trem noturno foi entre Amsterdã e Berlim. Foram nove horas de viagem! Estava bem curiosa para saber como seria a cabine, onde estariam as camas... Inicialmente, o espaço comportava somente três poltronas destas de viagem. Ficamos pensando onde estariam os colchões... eis que de repente aparece um simpático comissário de bordo e transforma o cubículo em simpático e minúsculo quarto de dormir. As camas estavam inteligentemente escondidas atrás das paredes da cabine!
Adormeci olhando a paisagem do lado de fora. Tudo tão bonito! Aquelas casinhas típicas alemãs, as vaquinhas, os bois, a mata... Mas confesso que por um momento pensei nos judeus da 2ª Guerra Mundial que também usaram aquela mesma linha para serem transportados para os campos de concentração. Como um lugar tão bonito pode guardar um passado tão horripilante.
Berlim é agora um presente pra gente! Vamos ver o que nos aguarda!

I Amsterdã

I Amsterdã
Chegamos em Amsterdã pouco depois das 11 horas da manhã. Outro país, outra cidade, outro idioma (do qual não conheço uma só palavra!) a apenas 3 horas de distância de Paris. Viemos de trem. É impressionante como viajar pela Europa é fácil! A gente pode estar de manhã na França e a tarde na Holanda sem fazer muito esforço.
O grande problema, no entanto, é mais uma vez a bagagem. Não há muito espaço para malas perto das poltronas. Mas existe um compartimento que serve como hall de entrada onde as pessoas deixam seus pertences e vão ocupar os seus lugares. Mas aí entra o problema do brasileiro desconfiado: você teria coragem de deixar a sua bagagem em um lugar sem nenhum tipo de vigilância e ir sentar em um outro? A gente ainda não teve este desprendimento... então, nossa primeira long trip de trem na Europa foi um pouco estressante; Praticamente tivemos que viajar com as malas de rodinha no colo! Ahahaha!
Para ir ao hotel, pegamos o principal meio de transporte de Amsterdã: o street car. Há milhares de linhas espalhadas pelas ruas e até calçadas da cidade. Dentro do veículo você compra com o motorista um ticket que dá direito a uma hora de transporte. Mais tarde descobrimos que podíamos compra um outro tipo que dava direito a 24 horas. E foi o que fizemos.
Nosso hotel em Amsterdã era uma graça! Uma típica casa holandesa: um quarto com pé direito alto, uma mesinha linda bem vintage, cortinas enormes de um verde azulado, um banheiro com louças antigas e adivinhem? Escadas com muitos degraus – mais especificamente 60 lindos degraus para serem subidos junto com as nossas maravilhosas malas de rodinha! Vou dizer uma coisa: além de voltarmos cheias de conhecimento, também vamos ganhar muitos músculos nas pernas e braços – ainda que, mais tarde, alguns bicos de papagaio também possam aparecer.
Nossa primeira parada turística foi na casa de Anne Frank. Essa garota começou a fazer parte do meu imaginário aos 11 anos, quando li seu diário pela primeira vez. Foi, na verdade, um dos primeiros livros que li por minha vontade, sem que a professora de português tivesse pedido. Desde então, histórias de vida como a de Anne, uma garota judia cheia de sonhos que, na altura dos seus 15 anos, foi levada a um campo de concentração onde morreu, me emocionam. Anne e sua família ficaram escondidos dos nazistas durante dois anos em um cômodo do escritório de seu pai em Amsterdã. Em 1944, depois de uma denúncia anônima, a família Frank foi descoberta e enviada para campos de concentração. O único que sobreviveu foi o pai de Anne, Otto Frank, que recebeu o diário da filha e decidiu levar sua história para o mundo.
O sucesso do livro foi tanto que todas as pessoas que liam e, por algum motivo, iam visitar Amsterdã pediam para conhecer a casa que abrigou Anne e a Família durante o tempo em que permaneceram escondidos. Seu pai então decidiu reformar a casa com a ajuda de amigos mantendo intactas muitas das coisas que Anne deixou. Quando entrei no quarto dela me deu um arrepio porque todos os pôsteres de artistas do cinema que ela mantinha grudado nas paredes ainda estavam lá, além de outros objetos que contaram a história da menina.
É tão bacana poder conhecer ao vivo e a cores o cenário que fez parte de um livro que foi importante pra gente! Uma pena essa história ter sido tão triste e cruel! Mas como disse o próprio Otto quando inaugurou o museu: o passado passou e não volta mais, mas o futuro está aí e ainda há tempo para mudar. E nesse futuro não há espaço para preconceitos ou intolerâncias.
Depois de sair da casa de Anne fomos visitar a igreja de Westerkerk. Em uma das passagens de seu diário, Anne dizia que gostava de escutar os sinos desta igreja. Mais um momento de emoção. Especula-se que foi aqui também que o pintor Rembrant foi sepultado. Mas disso ninguém tem certeza.
O passeio de barco pelos canais de Amsterdã também é imperdível! Compramos o ticket em um dos pontos de informações turísticas da cidade, o mesmo que nos vendeu o bilhete 24 horas do street car. O único problema é que as pessoas são muito confusas na hora de dar informações. Pode ser que, mesmo com o bilhete em mãos, você tenha que esperar um barco durante algum tempo, já que muitas empresas alugam a embarcação para passeios exclusivos.
A viagem de um dia e meio terminou com uma visita ao mercado das flores, ao centro da cidade e ao único moinho existente na capital. Infelizmente, os parques vão ficar para uma próxima porque a chuva insistiu em cair durante todo o tempo em que permanecemos na cidade. Mas com certeza haverá uma próxima já que não conheci nem um quarto de tudo aquilo que Amsterdã tem a me oferecer!
Próxima parada: Berlim. Agora, com trem noturno e tudo!

O perfume de Monet

Se me perguntarem até agora o que eu mais gostei nesta primeira parte da viagem, com certeza falarei Giverny. Sempre quis conhecer a região, desde que vi pela primeira vez uma exposição de Monet em SP anos atrás. Mas superou as minhas expectativas!
A cidade está em alta para os brasileiros, já que foi nos Jardins de Monet que foram rodadas uma das cenas mais esperadas da novela Viver a Vida, de Manuel Carlos, que acabou recentemente na TV Globo. O cenário é uma verdadeira pintura, só que exala cheiro. Nunca vi flores tão lindas das mais variadas espécies! E eu, que imaginava ter sido Monet o responsável por tanta beleza, caí de costas quando vi que a cidade toda de Giverny era daquele jeito. A arte de Monet, na verdade, só espalhou a beleza da região para o mundo!
Ficamos realmente impressionadas com tudo. As flores, o cheiro, as casas de pedra bem estilo medieval... parecia uma cidade montada só para nos receber! Mas não. Pessoas vivem lá, naquele pedacinho de paraíso. Crianças crescem aprendendo arte também nos jardins que inspiraram Monet. Confesso, fiquei com uma invejinha branca de quem tem este privilégio. Tomara que todos saibam aproveitar toda esta benção!
De volta a Paris, hora de arrumar as malas para partirmos cedo. Amanhã, nosso destino é Amsterdã. E vai ser de trem.
Au revoir Paris!

Ah se eu fosse uma rainha...

Quando eu era pequena imaginava um dia ser rainha. Obviamente, não consegui! Mas hoje pude chegar perto de saber como elas viviam lá no século XVI. Fomos passear no Vale do Loire, uma região linda próxima a cidade de Blois, onde estão localizados diversos chateaus, mais conhecidos no Brasil como castelos.
Foi a primeira vez que usamos o nosso passaporte Eurorail. Depois de uma certa tensão já que não sabíamos exatamente onde e como pegar o trem, fizemos uma viagem de quase duas horas a Blois. A cidade em si já valia o passeio. Mas muito mais estava por vir. Ao chegar a estação, pegamos um ônibus que levava a três castelos: Chambord, Cheverny e Blois. O motorista era bem bacana e, apesar de não ter cara de francês, era da região e falava o idioma bem devagar só pra gente entender... ah, e um detalhe: ele era gato de tudo!
A primeira parada foi no Castelo de Chambord que foi construído no século XVI pelo jovem rei Francisco I com o objetivo de ser um retiro de caça. Mas o pobrezito chegou a usufruir do espaço somente 72 dias e morreu antes da obra ser acabada. Passaram por lá depois dele muitos reis, rainhas e duques. O castelo tem 156 metros de comprimento, 56 metros de altura, 77 escadas, 282 chaminés e 426 divisões. Um desbunde!
Depois de Chambord passamos também por Cheverny e por Blois, dois outros castelos muito lindos!
De volta a Paris, hora das compras: fomos às famosas Galerias Lafayette. Não sei por que tenho um problema com lugares com muitas opções! Olho, olho, olho e acabo não levando nada! Para não dizer que saí de mãos abanando, comprei uma base de maquiagem com ingredientes de fruta e um blush rosa antigo super charming, ambos da Borjois.
Amanhã tem mais. É o dia de conhecermos Giverny e os famosos Jardins de Monet. Estou curiosa!

Bon jour Paris!






Nosso primeiro dia em Paris começou às 13 horas do domingo. A ansiedade era enorme, pois teríamos que enfrentar algumas barreiras ao mesmo tempo: idioma diferente, transporte até o hotel, encontrar o hotel propriamente dito... Serait très dificile!
Eu particularmente estava muito tensa pois era a única que entendia um pouco mais de francês e sabia que os franceses não eram muito fãs de inglês. Como não tinha dormido muito bem no vôo já que a turbulência nos acompanhou praticamente do Brasil a Portugal (ultimamente tenho estado sensível a viagens aéreas!) meus miolos não estavam funcionando muito bem. Mesmo assim, o primeiro contato com um nativo foi feito no idoma dele. E não é que a mocinha do balcão de informações me entendeu? É claro que até o final da conversa, o inglês teve que entrar em ação, mas já fiquei bem feliz por ter me comunicado bem em francês!
Fomos ao hotel usando um ônibus e um metrô. Já nestes primeiros contatos com o transporte público parisiense sentimos o quanto as aulas de musculação são importantes para este tipo de viagem! Apesar de ter muitas linhas de metrô disponíveis – o que facilita muito a vida de quem mora e de quem está visitando a cidade – os viajantes sofrem com suas malas porque são poucas as estações que possuem escadas rolantes ou elevadores. E lá fomos nós com nossas lindas e pesadas malas de rodinha atravessar trezentas mil escadas dentro de cada estação (o lugar pra ter escadas, meu Deus!)
Ao chegarmos ao hotel (cerca de uma hora depois de desembarcarmos no aeroporto de Orly) já saímos para explorar Paris! A primeira parada foi no bairro de Monmartre (cenário do filme Amelie Poulan) onde visitamos a igreja de Sacre Couer e admiramos a cidade vista de cima. Eu particularmente sou muito fã desse bairro. Pena que o tempo curto não permitiu explorarmos mais o local. Ah, e adivinhem quem encontramos na igreja? Gustavo Kuerten e família! Engraçado né?
Já passava das cinco horas quando deixamos Monmartre rumo ao Rio Sena. Como estávamos um pouco cansadas da viagem, decidimos pegar a primeira noite de Paris para conhecer a cidade de dentro do famosos Bateau Mouche. O passeio foi encantador porque conseguimos enxergar os principais pontos turísticos da cidade de dentro do rio e terminar a noite em um ônibus para ver a Cidade Luz devidamente iluminada.
Para fechar a noite com chave de ouro demos uma passadinha na Champs – Elisèe para ver o Arco do Triunfo iluminado. E como não sou de ferro, aproveitei que estava lá e dei uma chegada na deslumbrante Sephora. Aquela loja me deixa maluca! Pena que sou mão de vaca! Acabei saindo de lá só com uma sombrinha preta básica. Já minha irmã fez a festa nos pincéis...

Rumo a viagem dos sonhos


Nem nos meus sonhos mais otimistas, imaginei fazer o que vou fazer a partir de hoje: uma viagem de 20 dias pela Europa com minha mãe e minha irmã a tiracolo. Mais do que visitar lugares tão diferentes, esta será uma oportunidade única, daquelas que ficarão que guardadas em nossos corações por toda vida.
Estou encarando esta viagem como um presente em todos os sentidos. Impagável ver minha mãe contando os dias para realizar um dos grandes sonhos de sua vida. Emocionante ver minha irmã empolgada com todos os preparativos da viagem e com a possibilidade de reviver momentos de sua infância e adolescência, quando viajávamos todos juntos para em férias na casa dos meus avós. Quem disse que o tempo não pode voltar?
Sou capaz de prever dias de grande alegria, de aprendizado e, por que não, de grandes surpresas? Paris, Giverny, Valle Du Loire, Amsterdã, Berlim, Praga, Viena, Lucerna, Interlaken, Verona, Veneza, Firenzi, Perugia, Assis e Roma... o que será que vem por aí??
A Europa que nos aguarde!

sexta-feira, 19 de março de 2010

APRENDENDO A MAQUIAR




De uns tempos pra cá venho desenvolvendo o estranho hábito de não sair de casa sem maquiagem. Será que é a idade? De manhã, depois de tomar banho e ainda enrolada na toalha a primeira coisa que faço, depois de passar o protetor solar, é me maquiar. É muito engraçado. Primeiro visto minha pele, depois a minha roupa!
Mas, como eu ia dizendo, tenho prestado mais atenção em vitrines do Boticário, da Contem 1 g, da MAC... e também tenho acompanhado blogs sobre o tema. Adoro ver as dicas, os tutoriais, os vídeos das pessoas postando como fazer um olho esfumado, uma boca nude (tendência nos últimos desfiles de moda aqui em SP). Me divirto!
O melhor blog para mim neste sentido é o da Victoria Ceridono. Conheço a Vic por conta da profissão. Nós duas somos jornalistas, mas eu fico de um lado do balcão (sou assessora de imprensa) e ela fica do outro (é editora de beleza da revista Vogue). Já conversamos muitas vezes por conta do trabalho, mas desde que descobri o blog dela, o diadebeaute, não tem uma semana que eu passe sem dar uma espiadinha lá. Nos últimos dias ela tem postado alguns vídeos ensinando passo a passo os segredos de uma boa maquiagem. O último me interessou muito porque ela ensinou a "montar" o olho. Quem aqui nunca teve problemas com sombras que atire a primeira pedra! Se eu tiver que destacar uma coisa que eu aprendi neste video é: não adianta ter a sombra mais linda do mundo se vc não tem o pincel adequado para espalhá-lo. Tem um para cada tipo de movimento!
Fica a dica para quem, como eu, tem ouvido o lado mulherzinha falar mais alto ultimamente.

quinta-feira, 18 de março de 2010

MUNDO VIRTUAL: PRISÃO OU LIBERDADE

Tá bom eu confesso. Escrever no blog, ficar atualizando mensagens no twitter, entrar todos os dias no orkut, facebook ou no linkedin... tudo isso está no final da minha lista de prioridades. Então não adianta eu dizer que o tempo não é meu amigo! A questão é exatamente essa: o dia tem 24 horas e a vida é feita de prioridades. Então, quando tenho que optar entre fazer tudo isso ou ir a academia, ler um livro, ir ao cinema ou jogar conversa fora com amigos em algum lugar de SP (de preferência na Zona Leste), eu confesso: prefiro a segunda opção.
Adoro estar conectada neste mundo virtual, mas o fato de ter sempre que dizer alguma coisa para alguém nem que seja em 140 caracteres me deixa um pouco nervosa. Acho que é por isso que não divulgo muito o endereço deste blog. Quem em sã consciência faz um blog para ficar sem atualizá-lo durante mais de três meses? Isso é totalmente contra todas as "regras" deste tipo de comunicação. Regras? Quem inventou estas regras? Outro dia alguém me perguntou porque estou em tantos lugares no mundo virtual se eu pouco interajo por lá. Não soube responder, porque ao mesmo tempo em que eu amo as novidades e possibilidades de me conectar e dividir ideias com o mundo também gosto de ficar quietinha no meu canto. Mas dá pra ficar quietinha, só espiando de vez em quando o que acontece dentro deste caldeirão de informações? Acho que dá. Isso só depende do que você quer deste caldeirão.
É engraçada esta sensação de estar em um lugar, mas não estar de verdade. Apesar de ter perfis espalhados por todo o mundo virtual, não estou aqui a todo momento. E acho que isso é válido. Se não estou aqui, estou em algum outro lugar, vivendo outras coisas... gosto de ser livre. Gosto de escolher onde vou estar hoje, amanhã ou depois. O mundo é cheio de regras e o barato da internet é saber que quem faz estas regras é você.