domingo, 13 de junho de 2010

Berlim é história pura

Eu me lembro exatamente quando vi a notícia sobre a queda do Muro de Berlim na televisão. Era dezembro de 1989 e eu tinha apenas 14 anos. Confesso que na época não entedia muito bem porque a queda de um muro estava causando tanta comoção! Certamente tinha escutado algo a respeito nas minhas aulas de história, mas não tinha fixado nada. Estava naquela época de estudar só para passar de ano e, por isso, a decoreba rolava solta.
Ficamos em Berlim só um dia e meio (exatamente na abertura da Copa de 2010), mas foi tempo suficiente para perceber algumas coisas: que a cidade, do ponto de vista turístico, ainda respira os resquícios da I e II Guerras Mundiais; que os brasileiros não são muito fãs daqui já que ouvimos o português do Brasil somente duas vezes; e que o idioma alemão é muito difícil, praticamente impossível de entender ou falar alguma coisa!
Mas voltando a questão da guerra. A cidade toda tem monumentos que mostram o passado de luta, sangue e indiferença que a Alemanha e, especialmente Berlim, começou a viver logo depois da II Guerra Mundial, quando a Alemanha foi dividida em duas por intermédio de um muro. Alemanha Ocidental (do lado dos Estados Unidos) e Alemanha Oriental (do lado da União Soviética) viveram, de 1961 a 1989, uma história de horror que só terminou depois de muita morte!
Hoje o Portão de Brademburgo é um dos monumentos mais visitados por turistas do mundo todo. Do muro, só resta uma trilha de tijolos no meio do asfalto que quase passa despercebida se a gente não pergunta exatamente onde é. Fiquei me perguntando quanta gente tinha morrido exatamente naquele local, onde hoje máquinas fotográficas e filmadoras dividem espaço pelo melhor ângulo. Duvido que naquela época todas estas pessoas imaginavam que todo aquele sofrimento fosse virar história. E eu, no alto dos meus 30 e poucos anos, finalmente compreendi porque a destruição deste muro foi tão importante! Nada como ouvir a história contada pela boca de quem realmente a viveu!
Agora, o ponto alto da nossa estada em Berlim certamente foi a visita que fizemos ao Campo de Concentração de Sachsenhausen, próximo a cidade. Já tinha ouvido que esta não seria uma visita fácil. E realmente não foi. Conhecemos literalmente de perto todo o sofrimento que os prisioneiros passaram entre 1943 e 1945 desde o caminho que faziam de trem (descemos na estação de trem que os recebia naquela época) e fomos caminhando a pé até o campo (mais ou menos uns 20 minutos). Enquanto isso, o guia nos explicava que muitos prisioneiros morriam durante esse caminho já que bastava um tropeção para os guardas atirarem. Era um terror físico e psicológico mesmo!
A emoção continuou dentro do campo onde pudemos conhecer a rotina do prisioneiro, onde ele dormia, onde fazia suas necessidades fisiológicas, onde se alimentava (apenas duas refeições por dia – café da manhã e um lavagem líquida no almoço), onde eles eram mortos (campo da execução, horroroso, não vale nem comentários...) Confesso que foi um arrepio atrás do outro! E olha que este era um campo de concentração e não de extermínio, como era o de Awshvitz (que fica na Polônia), por exemplo.
A visita a este tipo de lugar sempre vale a pena para sairmos de lá refletindo que raios se passou pela cabeça dos monstros do nazismo para fazerem tanta maldade. E mais importante: o que ainda passa pela cabeça de muita gente hoje em dia que insiste em ter atitudes racistas, preconceituosas e, de maneira velada ou não, também continuam praticando este tipo horroroso de crime.
A viagem a Berlim está acabando. Mas não posso esquecer de fazer um comentário a respeito do hotel em que ficamos. O Meliá Berlim é excelente! Bem localizado (do lado de uma estação de trem, próximo ao portão, ao centro de compras), com o melhor quarto até agora, bem como o melhor café da manhã. Tá certo que tivemos algumas regalias extras já que minha irmã trabalha na rede Meliá no Brasil! Mas fica a dica para quem quiser vir a Berlim aprender um pouco de história e ver de perto aquilo que os livros contam muito superficialmente.

2 comentários:

Unknown disse...

Lé... Amei o texto... Aproveite muito por ai!

Bjos

Ewi

Paula disse...

amiga, eu também estive neste campo de concentração e de fato é muito marcante! Agora arruma aí que vc deixou o XXXXX no nome do campo rsrsrsrs e que eu saiba não há nenhum desses por aí:)
um grande beijo e faça uma ótima viagem!