segunda-feira, 21 de junho de 2010

Veneza: a cidade dos sinos

Quando falavam em Veneza para mim, a primeira imagem que vinha a cabeça era a de um casal enamorado passeando pelos canais da cidade dentro de uma gôndola, embalados por um italiano entoando alguma canção de amor. Mas Veneza é realmente mais do que isso. Devo dizer que sim, ela tem aquele encanto romântico que vive em nosso imaginário. Mas quem está solteiro também pode se divertir muito na cidade que tem alguns pubs e muita gente bonita e desempedida.
A paisagem? Acho que não preciso nem comentar, não é mesmo? Veneza é uma pintura de todos os ângulos, até mesmo daqueles mais impensáveis. O som? Com certeza, se me perguntassem qual o som que embala Veneza, eu certamente diria o dos sinos. Não é para menos, a cidade tem cerca de 200 igrejas!
Veneza foi fundada em 400 d. C em uma das lagunas que brotam do mar Adriático. Não tem avenida principal, mas tem o canal principal. A cidade também não tem ônibus, nem metrô, mas sim vaporettos, aquelas balsas a motor que só carregam pessoas. Isso porque suas ruas são quase sempre uma sucessão de canais estreitos ao longo dos quais se erguem palácios góticos, renascentistas, barrocos ou prédios modestos e úmidos. Estes barcos são o principal meio de transporte daqui e funcionam realmente como ônibus, inclusive com pontos nomeados quase sempre com nome de santos.
A principal delas, sem dúvida nenhuma é a Basílica de São Marcos (conhecida como Igreja de Outro), localizada na Piazza de San Marco, onde estão os restos mortais do santo trazido de Alexandria em 828 d.C consumando a independência total de Veneza. Uma curiosidade: diz a lenda que os restos do evangelista vieram escondidos dentro de um barril de carne de porco para escapar da fiscalização dos muçulmanos.
A construção é linda por dentro e por fora, toda feita no estilo bizantino. Para quem não sabe, Veneza foi durante muitos séculos o principal porto entre o oriente e o ocidente e por isso a decoração tem muita influência grega, turca e chinesa. O altar onde está sepultado São Marcos é gótico e tem mais de duas mil pedras preciosas. Mas atenção: para conhecer a parte de dentro da igreja, você deve estar, digamos, decentemente vestido de calça e camiseta, de preferência sem decote algum. Caso contrário, vai ter que desembolsar 1 Euro por um pedaço de pano que servirá de cobertura para pernas e braços. Nem preciso dizer que tive que comprar um né?
A piazza de San Marco é outra atração a parte. Assim que chegamos, demos de cara com alguns pontos alagados, inclusive dentro da própria basílica. Isso acontece por causa da maré: quando ela está alta, a praça toda fica intransitável. Mas quando ela vai baixando, as pessoas começam a circular pelo local e as poças se tornam mais uma diversão, principalmente se estiver um calorão. As pombas também merecem um comentário especial. Elas parecem domesticadas! São tantas que muitas vezes parece que vão te atropelar! Elas foram responsáveis pelo momento mais divertido da nossa estada em Veneza: vieram comer na nossa mão, o que me deu um certo arrepio já que tinha medo que elas, além de comerem, também deixassem rastros.
Já o Mercati di Rialto é o paraíso das compras, principalmente dos souvenirs. Você encontra de tudo e mais um pouco nas ruazinhas que circundam o local. Ele fica próximo a Ponte di Rialto, a mais antiga ponte que liga um lado da ilha ao outro, e onde as pessoas se acotovelam para conseguir o melhor ângulo da foto.
Antes que me perguntem, não andamos de gôndola. Não nos apeteceu pagar 100 euros para dar uma volta no barquinho. Ao invés disso, pegamos o vaporetto e curtimos o pôr do sol de dentro da balsa passeando por todo o canal principal. A gôndola, quem sabe, fica para uma próxima quando estiver em um clima mais romântico e não familiar...

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