segunda-feira, 21 de junho de 2010

A Verona de Romeu e Julieta

Entramos na etapa final da nossa viagem: a Itália. Nossa última semana reservamos para conhecer um pouco mais das belezas da região de nossos antepassados. E começamos bem.
Chegamos a Verona, cenário de uma das histórias de amor mais aclamadas durante gerações, logo no começo da tarde, loucas para conhecer a famosa casa de Julieta e poder tirar uma fotinho naquela famosa varandinha que ficou conhecida depois que a história de Shakespeare ganhou o mundo.
Verona inspira romantismo. Eu mesma enquanto escrevo este texto estou paquerando um italiano lindo (para os meus padrões, é claro) que está sentado bem ao meu lado no trem com destino a Veneza. Ele está dormindo e tem bem aquela cara de mafioso italiano: barba por fazer, moreno, cabelo cuidadosamente cortado e despenteado, como se tivesse acabado de acordar. Uma pintura...
Mas vamos voltar ao xis deste texto. Confesso que quando desembarcamos na estação de trem, não gostei muito do que vi. Parecia aquelas cidades bem mal tratadas que temos no Brasil. Até tentamos pegar um ônibus para o hotel, coisa que temos feito desde que desembarcamos na Europa para evitar gastar muito dinheiro com o transporte. Mas desta vez não deu. Tivemos que apelar para o táxi já que o hotel ficava um pouco fora de mão.
Foi o tempo de chegar no hotel, colocar uma roupa mais leve e sair para aproveitar a carona da van disponível para os hóspedes até o centro da cidade. Aí sim começou realmente a nossa visita. O centro de Verona é algo muito, mas muito antigo mesmo. As casas de vila italiana se misturam a monumentos da época medieval. A própria Casa de Julieta – que na verdade pertenceu mesmo a família Capuleto – é toda de pedra e ainda guarda resquícios deste tempo tão distante e que ainda fascina as pessoas.
Durante muito tempo achei que Romeu e Julieta existiram de verdade, ou que a história de amor tivesse sido baseada em fatos reais. Descobri há pouco tempo, fazendo as pesquisas para esta viagem, que Shakespeare nunca foi a Verona. Décadas antes dele o escrever, o veronês Luigi da Porto publicou Julieta e Romeu repetindo uma história ouvida de Pellegrino da Verona que a lera em crônicas do século XIV. Shakespeare se baseou exatamente nestas crônicas e foi tão brilhante que fez todos acreditarem que essa história de amor era verdadeira.
Confesso que fiquei um pouco decepcionada. O que vimos na suposta casa de Julieta foram móveis e vestimentas que foram usados em um dos principais filmes que retrataram a história, dirigido por Franco Zefirelli em 1968. Ainda bem que não fomos visitar a túmulo vazio de Julieta construído no porão do Convento dos Capuccinos para homenagear a personagem do romance. Já a casa de Romeu, da família Montecchio, não pode ser visitada porque é propriedade particular.
Mas valeu conhecer. Assim como valeu o passeio pelo centro, pela Arena, pelo mercado antigo e pelos jardins maravilhosos de Giusti, onde se reuniam intelectuais de toda a Arcádia de Verona, como Goethe e Mozart. Os maravilhosos canteiros foram desenhados por Alessandro Vitorio e adornados com estátuas, fontes, mirantes e traçado do labirinto. Quem gosta de cidades antigas precisa dar uma passadinha por Verona. Mas um dia está de bom tamanho, pois tudo o que vale a pena ser visto está relativamente perto.
Estamos quase chegando a Veneza, outra cidade que sempre esteve no roteiro dos apaixonados. Queria ir com esse italiano que está do meu lado. Acho que vou acordá-lo e já volto.
Tchau!

Um comentário:

Unknown disse...

Esta é a parte que eu quero muito fazer Italia